Como
o tempo voa! Há 5 anos, ocorria o lançamento do meu primeiro romance: O Senhor Irineu (2011). Tenho motivos de
sobra para festejar esse doce acontecimento que possibilitou que eu fosse lido
por tantas pessoas, muitas delas amigos próximos de quem recebi gratos elogios.
Não poderia deixar passar esse momento tão especial; por isso, embora este blog
pertença mais ao Daniel leitor que ao Daniel escritor, faço questão de
compartilhar com todos esta alegria que estou sentindo!
Todo
mundo que leu O Senhor Irineu, sabe
de onde surgiu a ideia do título e da obra, que conto com detalhes no prefácio.
Resumindo, para quem não o leu, conto de quando era criança, sobre uma vez que
fui interrogado por um senhor chamado Irineu sobre o que eu seria quando
crescesse. Ao ouvir que desejava ser escritor, o bom Irineu chegou a duvidar de
que eu pudesse conseguir tal proeza, não exatamente para me frustrar; antes,
para me alertar das dificuldades da profissão
mesmo, uma vez que, de fato, viver da
pena é um ofício muito melindroso. Impulsionado por um êxtase infantil,
declarei, contudo, que um dia publicaria um livro que deveria conter o nome do
dito senhor Irineu no título.
Aquilo
que havia sido uma precipitada promessa infantil acabou se realizando em 2007,
quando comecei a escrever com bastante entusiasmo aquele que seria meu primeiro
romance oficial: O Senhor Irineu.
O
livro contém dois núcleos principais: um que é narrado nos capítulos ímpares, e
outro nos capítulos pares. A princípio, a leitura pode parecer um pouco difícil
ou confusa, conforme alguns leitores me confessaram. Não que o livro tenha uma
linguagem difícil, mas a dificuldade está simplesmente em separar mentalmente
as duas narrativas, mesmo sabendo que, em seu âmago, elas estão diretamente
interligadas. Essa confusão não dura muito tempo, de maneira que alguns
leitores nem chegaram a sofrê-la.
Nos
capítulos ímpares, conto a história da bela Fernanda que, mesmo estando noiva
de um cavalheiro de boa fortuna, acaba se apaixonando por um simpático médico
que conhece casualmente. O dilema
entre seguir o desejo de seu coração e obedecer à autoridade paterna confunde-a
bastante, mas ela contará com o auxílio de pessoas muito especiais para
finalmente tomar uma decisão.
Nos
capítulos pares, conto a história do belo Fernando que está apaixonado por uma
garota novata em sua escola e de quem tenta se aproximar constantemente.
Imediatamente, Fernando percebe um interesse recíproco da parte de sua amada, mas
quando ela descobre a idade dele, passa a repudiá-lo por não julgar convenientes
os relacionamentos com homens mais jovens.
Essas
duas histórias vão tomando fôlego de maneira bastante independente, embora já fique
evidenciado um elo bastante nítido entre elas na figura do personagem Irineu,
que é a chave do grande mistério do livro. Quando finalmente chegamos aos
capítulos finais, as duas histórias se mesclam e se confundem ante os olhos do
leitor, como um quebra-cabeça disperso que começa a se encaixar rapidamente.
Passamos a ter então uma história única, cujo propósito é passar uma mensagem
da qual prefiro não contar aqui, para poupar a experiência a futuros leitores.
Este
meu despretensioso e, de certo modo, imaturo livro já me proporcionou boas
surpresas da parte de meus leitores. Não obstante o status e outras regalias
curtidas, o que mais me marcou de toda essa experiência foi e sempre será o
feedback dos leitores. Ainda que o mesmo não tenha sido 100% positivo, a
experiência não perdeu seu brilho para mim, quando penso que meus personagens
povoaram a imaginação de tantas pessoas de diferentes visões e formas de
conhecimento. Chega a ser arrebatador!
Mesmo
tendo concluído O Senhor Irineu em
2008, a publicação só ocorreu 3 anos depois, graças ao Edital Prêmio Literário para o Autor(a) Cearense (2010), promovido
pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Esse edital possibilitou a
publicação de mais de 100 livros cearenses, quase todos inéditos, sendo que o
mesmo era dividido em diversas categorias, como poesia, conto, romance, teatro,
ensaio, reedição, dentre outras. Cada categoria era representada pelo nome de algum
autor cearense famoso. A minha categoria, “romance”, por exemplo, homenageava o
romancista Jáder de Carvalho, autor da famosa obra Aldeota, que ainda nem li rsrsrsrs, mas pretendo!
O Senhor Irineu foi uma das melhores
experiências que já me ocorreram e que me possibilitaram diversos momentos
especiais, como este em que me sinto tão jubiloso pelos 5 anos já passados de
sua existência. Querer que tal obra chegue à posteridade é ambição muito ousada
da qual não posso me abster. É o desejo de todo escritor! Contudo, ainda que não
seja assim, independente do tempo que durar, estará irremediavelmente nos anais
da literatura cearense, para quem sabe, no futuro, despertar a sedenta curiosidade
de algum leitor como eu.
Vivas
a’O Senhor Irineu!
Daniel Coutinho
***
Escreva para o blog: autordanielcoutinho@gmail.com
Eu confesso não li, pois minha ignorante preguiça literária ainda não deixou mas, minha querida Eliene trouxe com ela diretamente do Ceará quando veio ficar comigo aqui no Rio, mas ainda quero ler... Sai preguiça
ResponderExcluirEspero que leia mesmo! Depois passe por aqui, e conte o que achou, viu? Vou adorar saber!
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