quarta-feira, 29 de março de 2017

Noites Lúgubres (Noches Lúgubres), de José Cadalso - RESENHA #46


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Hoje pouco conhecido no Brasil, Noites Lúgubres (1789) foi uma verdadeira febre no século XIX e influenciou nossos autores da escola romântica. A obra ficou conhecida por aqui através da tradução de Francisco Bernardino Ribeiro. Segundo o crítico Brito Broca, a obra de Cadalso teria inspirado Álvares de Azevedo a escrever Noite na Taverna.

Publicado postumamente, Noites Lúgubres ficara incompleto. A obra é dividida em “noites”, sendo que o manuscrito encerra deixando a terceira incompleta. Provavelmente, essa terceira noite não seria a última. A edição de 1815 traz o final da terceira noite, provavelmente apócrifo, e que serviu de base para a tradução de Bernardino Ribeiro. Algumas edições posteriores chegaram a incluir uma quarta noite. As numerosas edições dessa obra espanhola comprovam seu sucesso, não obstante ter sido censurada por um tempo, acusada de fazer apologia ao suicídio. Curiosamente, o manuscrito de Cadalso é datado de 1774, mesmo ano em que Goethe publica o seu Werther.

Essa divisão do texto em noites e seu estilo sepulcral advêm da obra Pensamentos Noturnos, do inglês Edward Young. Mas conta-se que a matéria das Noites é autobiográfica. Cadalso era apaixonado por uma atriz que morreu subitamente; tragédia esta que lhe teria inspirado a escrever sua famosa obra.

Ora classificado como conto, ora como novela, Noites Lúgubres está mais para uma peça teatral. Cada noite vale por um “ato”, observando-se contudo que a cena decorre em mais de um cenário por “noite”. São essas mudanças de cenário que provavelmente impedem que a obra seja classificada como peça teatral, ainda que tenha outras características, como: ausência de narrador, indicação dos personagens atuantes no início de cada noite/ato, texto sempre disposto em diálogos com indicação do nome do personagem correspondente de cada fala.

Em Noites Lúgubres temos uma trama pessimista, mas sob uma ótica romântica. Tediato, inconsolável com a morte da amada, torna-se um homem desatinado. Ele oferece dinheiro a Lourenço, um coveiro, para ajudá-lo a exumar o corpo de sua adorada morta. Contudo, todas as tentativas são baldadas, pois cada noite apresenta um obstáculo diferente aos planos de Tediato.

Esse melancólico protagonista é um homem descrente de qualquer sentimento que não seja seu funesto amor. Ele desconfia da mãe, do pai, dos irmãos e dos amigos, convencido de que apenas sua falecida amada era sincera em relação a ele. Desolado, ele despreza a luz do dia e só aprecia a noite em sua completa escuridão. É um morto em vida, sem razão, e com intenções suicidas.

O pessimismo de Cadalso também é sugerido em Lourenço que, sendo um pobre miserável, perdeu o pai e a esposa, restando-lhe sete filhos para criar. A miséria de Lourenço faz Tediato reconhecer que o sofrimento nivela as classes, pois mesmo tendo dinheiro, seu infortúnio não seria menos sofrível que o do coveiro. Num acesso de desespero, Tediato convida Lourenço a cavar uma cova para ele e seus filhos. Em seguida, acrescenta: “Eu me matarei sobre a tua sepultura, e quando estiver para expirar, direi ‘aqui descansam meninos a esta hora tão felizes quanto há pouco eram desgraçados’”. Para Tediato, a morte é a solução mais acertada para toda a miséria humana.

Ainda que apócrifo, devo confessar que o final de Noites Lúgubres me agradou bastante, especialmente por ser bem diverso do que o leitor supõe. Contudo, não compreendi bem a relação existente entre Tediato e o tal juiz que aparece na terceira noite. Alguém saberá me explicar?

Noites Lúgubres pode ser adquirido através da edição da editora Bira Câmara (contato: jornalivros@gmail.com). O maior inconveniente da edição é o estabelecimento do texto, pois o livro parece não ter sido revisado. Mas, com ser a única edição disponível atualmente em português, vale muito a pena, pela oportunidade de se conhecer uma obra pré-romântica da literatura espanhola.

Avaliação: ★★★

Daniel Coutinho

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terça-feira, 21 de março de 2017

O Mandarim, de Eça de Queirós - RESENHA #45


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Nunca um livro do Eça havia me perturbado tanto quanto este O Mandarim, não só por sua escrita complexa, mas também pelo sarcasmo exacerbado em reação à miséria humana, sem contar com os dilemas de consciência que se estendem até o leitor.

A falar a verdade, nunca ouvira falar no chamado “paradoxo do mandarim” de Chateaubriand, a quem só conhecia por ter influenciado Alencar com sua Atala. Tampouco imaginava que essa filosofia francesa tivesse inspirado Eça nesse romancete fantástico. Embora esse dilema de consciência seja pouco lembrado atualmente, no século XIX serviu de matéria a muita gente, inclusive ao autor d’Os Maias. A questão é: você permitiria a morte de um rico chinês em troca de herdar toda sua fortuna, sem que ninguém descobrisse? É no mínimo tentador, não? Seja sincero e confesse rs! Pois é justamente esse questionamento que sugeriu a Eça o mote d’O Mandarim.

Teodoro é um amanuense que mora num quarto alugado da casa de dona Augusta, vivendo de ordinários vinte mil réis mensais. É também um tipo bastante contraditório: sendo cético, não deixa de ser supersticioso; sendo ateu, não deixa de ser devoto de Nossa Senhora das Dores. Nunca se considerou infeliz, contudo, pois sabia apreciar perfeitamente as doçuras da vida humilde. Ainda assim, ambicionava relacionar-se com pessoas da alta sociedade, ser transportado em carros luxuosos, participar de reuniões ilustres e frequentar ambientes festejados.

Dentro de suas condições, Teodoro buscava distrair-se. O passatempo que lhe cabia no bolso eram os livros velhos que ele devorava. Numa ocasião, porém, deparando-se com a situação já contada do “paradoxo do mandarim”, algo sinistro aconteceu. Um homem misterioso, de chapéu e guarda-chuva, oferta-lhe o disposto no livro, desde que Teodoro faça tocar uma campainha que lhe é indicada. Um simples toque e o nosso amanuense de vinte mil réis se tornaria um dos homens mais ricos do mundo. Não acreditando que a tal visão pudesse ser o Diabo, Teodoro ouve-lhe sofismas que o convencem a tocar a funesta campainha. Ao toque fatal, morre Ti-Chin-Fu, o grande mandarim, quando preparava para lançar ao céu um papagaio de papel.

Após receber a fortuna do finado chinês, o contraditório Teodoro começa a ter escrúpulos quando pensa: “De que me serviam por fim tantos milhões senão para me trazer, dia a dia, a afirmação desoladora da vileza humana?”. Tais pensamentos não o impedem de passar a uma vida de excessos. Teodoro, rodeado de riquezas e amantes, torna-se numa celebrada figura e todos o adoram. O único problema é que a visão de Ti-Chin-Fu morto, com seu papagaio, o persegue todo dia. Sua consciência pesa e cogita sobre as consequências de uma deliberada atitude. Teodoro supõe que a família do defunto está na miséria e que ele é o único culpado; e que, por isso, inconformado, o espírito do mandarim o persegue para puni-lo por ter desapropriado seus legítimos herdeiros.

Vale lembrar também que, além das perturbações do fantasma, Teodoro padece grande descontentamento, pois seus excessos não o satisfazem inteiramente. Sua personalidade contraditória lhe faz lembrar as já citadas doçuras da vida humilde. Numa tentativa de reparar seus erros, ele está disposto a desposar uma das herdeiras de Ti-Chin-Fu e salvar da ruína aquela família. Para isso, ele terá de ir à China, mas sua estada por lá não sairá exatamente conforme o planejado.

A viagem de Teodoro ocupa boa parte da narrativa, pois o autor descreve com riqueza de detalhes todo o exotismo de Pequim, e devo confessar que isso me incomodou bastante. Acho que já comentei por aqui que não dou muito valor a descrições minuciosas de paisagens. Ann Radcliff que o diga rsrsrs! Mas não foi este o único fator que me desgostou nesse livro. A linguagem carregada em excesso comprometia a fluidez do texto. Confesso que nunca achei Eça tão difícil como n’O Mandarim. Finalmente, o pessimismo que perpassa toda a obra, a partir da visão de um narrador perspicaz e irônico, fez-me parecer o livro malicioso demais. Eça também nunca me foi tão desagradável como agora. Que fique claro que não contesto a qualidade literária e a genialidade do autor. A proposta do livro é que me pareceu perturbadora demais, especialmente por mostrar o homem como um ser inevitavelmente desprezível e vil. Se pensamentos assim já repercutiam no século XIX, o que diriam nossos antepassados diante de nossa realidade contemporânea?

É inegável que qualquer noticiário comprova o quão desanimadora é a condição do homem moderno. Mas, sinceramente, não quero acreditar que somos tão ruins assim e que a humanidade é tão desprezível. Quero muito acreditar nas pessoas e num futuro promissor construído por elas. Quero crer na nobreza, na honestidade e no amor. Quero crer que ainda podemos confiar uns nos outros. Quero. Quero muito. Será que estou querendo demais?

Avaliação: ★★

Daniel Coutinho

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quinta-feira, 16 de março de 2017

Clara dos Anjos, de Lima Barreto - RESENHA #44


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Lima Barreto não é o santo de minha devoção. Não digo que sua obra seja ruim. Quem sou eu para tanto? É mais uma questão de gosto pessoal. Nenhum dos três romances dele — que li até agora — soube me cativar. Em todos tenho percebido que o panfletista está sempre à frente do literato. A ficção, em Lima Barreto, me parece um artifício para divulgar sua postura insurgente ante sua própria realidade. Seus romances me parecem desabafos pessoais disfarçados com uma capa literária. Isto é o que me desagrada: que sua obra seja mais realidade que ficção; que seus livros tragam mais jornalismo que arte, ainda que supostamente escritos para este último fim.

Uma coisa que não entendo e que me deixa muito desconcertado é que muitos textos críticos que já li alegam ser a obra de Lima Barreto escrita em linguagem simples e coloquial, uma vez que pretendia alcançar uma grande massa de leitores. Sinceramente, não posso concordar. A escrita do criador de Policarpo Quaresma, a meu ver, ao invés de simples, é bastante requintada. Não digo que seja de uma complexidade ao nível de um Camilo Castelo Branco, mas está longe de ser clara e objetiva como a de um Machado de Assis. Será que só eu recorro muitas vezes ao dicionário quando encaro um Lima Barreto rsrsrs? Ou será que a crítica faz considerações como essa, tendo em vista apenas o registro oral empregado pelo autor na fala de seus personagens? Não obstante essa escrita pretensiosa, os enredos apresentados, tal como a construção e condução dos mesmos, não me são agradáveis, pois me parecem, como já sugeri, embaciados pela pregação denunciativa tão recorrente em suas obras.

Publicado postumamente em 1948, Clara dos Anjos é geralmente classificado como romance inacabado. O caso é que o texto me parece devidamente concluído, não deixando lacunas nem exigindo continuação. Devemos lembrar ainda que o autor encerra o manuscrito com data de início e conclusão da obra. Isso me faz pensar que Clara dos Anjos não é obra inacabada; quando muito, Lima Barreto não teve tempo de revisá-la. A verdade é que o mesmo argumento já havia sido utilizado — com algumas variantes — num conto homônimo publicado na coletânea Histórias e Sonhos (1920). O desfecho, tanto no romance como no conto, é o mesmo. Temos assim outra prova de que o romance Clara dos Anjos não é obra inacabada.

A narrativa começa apresentando os personagens principais da trama: o carteiro Joaquim dos Anjos; Engrácia, sua esposa; Clara, sua filha; Cassi, o vilão; dentre outros. As primeiras páginas são bastante sedutoras, o que é muito comum nos romances de Lima Barreto, parecendo uma estratégia para fisgar o leitor. Tendo feito isso, o autor começa, calculadamente, a fazer sua panfletagem. Com sua habitual ironia, ele vai criticando a religião, a discriminação racial, o descaso do governo em relação aos subúrbios, as condições de vida dos mestiços, etc. Algo que muito me incomodou nesses primeiros capítulos foi a apresentação de uma galeria infindável de personagens, quase todos sem relevância para a trama, mas que nem por isso deixam de ser caracterizados com detalhes atenciosos. Essas figuras são elencadas tão deliberadamente, que me ocorreu a hipótese de que todas elas são tipos reais retratados pelo autor. Isso explicaria a razão de ter o autor explorado pormenores mesmo nos tipos mais irrelevantes da narrativa. Já li, inclusive, que alguns críticos veem no personagem Leonardo Flores um alter ego do próprio Lima Barreto, considerando o histórico de loucura e alcoolismo de ambos.

A leitura segue arrastadamente nos dois primeiros terços do livro. Felizmente, no terço final, quando o autor parece já estar satisfeito com sua pregação, ele deixa o panfletista de lado e passa as rédeas ao romancista. O livro parece ganhar vida a partir daí. A trama se desenrola de forma mais convencional e literária. Os personagens tomam suas posições e finalmente a leitura flui rsrsrs. Clara dos Anjos, a jovem mulata de família pobre, apaixona-se por Cassi Jones, um deflorador de moças e pervertedor de mulheres casadas. Ele, que fora convidado ao aniversário de Clara, por sua fama de tocador de modinhas ao violão, enxerga na moça um alvo fácil para seus planos infames. Clara, muito ingênua, em grande parte pela superproteção dos pais, acaba recebendo os galanteios de Cassi, crente de que tudo o que dizem a respeito dele são calúnias, e acreditando que o rapaz deseja seriamente casar-se com ela.

Os pais de Clara são seres pusilânimes: Joaquim é tão crédulo quanto a filha, pois não é capaz de ver maldade em ninguém, julgando todos à sua volta como pessoas de bem; Engrácia é desprovida de atitude, sendo incapaz de resolver qualquer circunstância que esteja além do serviço doméstico. A fraqueza de caráter dos pais de Clara refletirá visivelmente na postura da garota em relação ao assédio de Cassi. O autor reflete a necessidade da classe vulnerável ser realista com sua condição social, para assim estar ciente de quem e de como se defender. Já em personagens como Meneses e Marramaque, o autor personifica a vitimização pela miséria: o homem pobre está condenado, seja vil ou seja honesto. É essa classe miserável dos subúrbios, como o próprio ambiente marginalizado onde vive, que contemplam todas as páginas de Clara dos Anjos.

Lima Barreto não escreve para encantar. Clara dos Anjos é um grito de indignação e desabafo visivelmente pessoal, o que constatamos desde a dedicatória do autor (à sua mãe) até a frase final do livro, que é um verdadeiro soco na cara da sociedade. Sem desmerecer sua totalmente compreensível necessidade de zelar pelos interesses de sua classe, ainda prefiro a literatura que respeita seu limite artístico.

Avaliação: ★★

Daniel Coutinho

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quinta-feira, 2 de março de 2017

O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa - RESENHA #43



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Averso que sou à literatura moderna, fico muito surpreendido quando gosto de um livro dessa fase literária. Foi o caso de O Feijão e o Sonho (1938), livro delicioso que desejei ter lido há mais tempo. Orígenes Lessa, seu autor, não me era de todo estranho. Lembro de ter lido, há muitos anos, A Pedra no Sapato do Herói, um divertido livrinho infantojuvenil, mas nada comparado ao objeto desta resenha.

O Feijão e o Sonho é o tipo de livro que todo escritor deveria ler, pois trata de uma questão muito particular aos artistas da palavra: a valorização de sua categoria na sociedade.

Campos Lara é um poeta que vive no mundo da literatura. Sua vida é ler e escrever o tempo todo, ignorando ao máximo o mundo lá fora, inclusive sua família. Seu egoísmo chegou a me incomodar em alguns momentos, pois por mais que admirasse o artista em exercício, jamais poderia concordar com sua postura diante de seus problemas. A Campos Lara não importa quanto ganhará por seu trabalho, se poderá pagar suas contas em dia, se sua esposa poderá viver sem privações ou se os filhos estão doentes por falta de remédio. A Campos Lara interessa dedicar-se inteiramente a seus livros: escrevê-los e publicá-los.

Maria Rosa é a desafortunada esposa do poeta. De temperamento adverso ao dele, sua postura é sempre realista perante as circunstâncias. Ela quem possui o senso de razão que falta ao marido. Para Maria Rosa, ofício que não serve para trazer feijão à mesa é ofício inútil. Por isso, à mulher de Campos Lara toda literatura é detestável, pois apenas consome o tempo do marido sem dar-lhe uma compensação que seja. O livro Crepúsculo, por exemplo, reuniu aos poemas algumas dívidas.

Eis a proposta d’O Feijão e o Sonho: mostrar as dificuldades de ser escritor no Brasil. Está-se vendo que escritor, como diria Maria Rosa, não é profissão. E que fique claro que quando digo “escritor”, refiro-me ao artista da palavra: aquele que escreve com intenção artística, aquele que produz matéria para um vasto sítio comumente chamado Literatura. Quantos poetas não estão por aí carregando peso? Quantos romancistas estão ocupados demais para construírem seus personagens? Quantos dramaturgos acham-se impedidos de levarem suas obras à cena? Qual o lugar da Arte em nosso país? São quantas vagas para o cargo de artista? Quanto pagam por livro escrito? Vale a pena mesmo ser escritor?

Compartilhamos todas essas indagações com Campos Lara e muitos outros artistas tão incompreendidos pelas pessoas do seu convívio, não obstante buscarem tanto compreender essas mesmas pessoas em suas obras. O egoísmo de Campos Lara não é egocêntrico. Talvez por isso mesmo o leitor desculpe sua irresponsabilidade. O caso é que ele está tão cego pelo sonho de passar à posteridade, que já nem lembra que precisa do feijão. Assim vai sendo contada a vida desse artista: tendo seu sonho ofuscado pelas necessidades do cotidiano.

O Feijão e o Sonho é livro que provoca mais reflexão que apreciação. Não que seja obra mal acabada. Ao contrário, a narrativa é agradável e vivaz. O humor acentuado (ao ponto de arrancar muitas gargalhadas) é realizado com louvor. A princípio, até pensei que se tratava de um livro picaresco, mas o autor vai além e convida o leitor a conhecer uma dura realidade. É rir pra não chorar rsrsrs. Os capítulos que pormenorizam o passado de Campos Lara é que me pareceram um tanto descartáveis. Não que sejam ruins, mas formam um longo hiato dentro do livro que compromete aquela fluidez tão espontânea dos primeiros capítulos, mas que felizmente é retomada pelo autor nos capítulos finais.

No mais, só tenho a dizer que ainda estou bastante impressionado com toda essa matéria lida. Minha empatia com Campos Lara chegou a tanto, que estou profundamente convencido de que este livro já está entre os melhores do ano.

Avaliação: ★★★★

Daniel Coutinho

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