segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

TOP 10 - Melhores infantojuvenis já lidos!



Minha gente, que tarefa mais difícil! Quase me arrependo de fazer esse Top 10! Isto porque foram muitos os livros infantojuvenis que marcaram não somente minha adolescência, mas também a vida adulta. Vez por outra, tenho belas surpresas com esse tipo de literatura. Já não leio tantos deles como antes, mas não abro mão de pegar alguma coisa do tipo, ocasionalmente.

Se foi difícil escolher apenas dez títulos, não o foi menos ordená-los numa classificação de valor crescente. Dessa forma, não deem muito crédito à posição dada a cada livro, especialmente os intermediários. A verdade é que esses dez livros merecem leitura e confesso que tive que apelar para o grau de representatividade popular para realizar a classificação. Isto porque amei os dez, quase que de forma igual, e cada um tem um valor especial para mim. Tive que deixar muita coisa boa de fora, por isso faço questão de esclarecer que esta lista constitui significativa “amostra” de uma porção mais abrangente de livros infantojuvenis inesquecíveis para mim.

E lá vamos nós!


# 10º lugar Aconteceu no Titanic (Laura Elias)
Laura Elias é uma das poucas autoras brasileiras de romances de banca. Definitivamente não sou leitor desse tipo de livro, mas quem nunca teve curiosidade de ler algum? Conheci-a através do bobinho Irresistível Impostora. Lembro de ter comprado numa padaria, achando que era estrangeiro, e o livro se identificava como tal, trazendo inclusive o nome da tradutora. A verdade é que Laura já se utilizou de vários pseudônimos, o que é uma tradição em livros do gênero. Só depois, graças à internet, descobri sua verdadeira identidade. Observando seus títulos publicados, fiquei curioso por Aconteceu no Titanic, assinado com seu pseudônimo mais célebre: Loreley McKenzie. Sou apaixonado pela história do Titanic, que sempre me comoveu muito. O livro da Laura, contudo, não revive a tragédia; antes, utiliza-a como pano de fundo de uma história apaixonante. Mas embora este também seja um livro meloso, ele reúne outros ingredientes através de personagens secundários que roubam a cena, tornando a leitura divertida e prazerosa.
 
# 9º lugar A Vaca Voadora (Edy Lima)
O que este livro parece ter de bobo, tem de divertido. Lembro de ter dado boas gargalhadas ao longo da história, o que considero uma proeza em livros: fazer rir. As aventuras de Lalau com suas tias tão diferentes uma da outra são prato cheio para qualquer criança. É daqueles livros que deixam saudade e fazem a gente querer voltar a ser criança.

# 8º lugar Açúcar Amargo (Luiz Puntel)
Este é da memorável série “Vaga-Lume”. Conheci-o através do livro didático da 8ª série, que trazia o capítulo em que o pai da protagonista a queria proibir de estudar, influenciado por costumes machistas. Fiquei tão curioso pela história que, quando finalmente encontrei o livro, não pensei duas vezes. Não me recordo mais do nome dos personagens, mas a trama gira em torno de uma família tradicional de boias-frias, onde o senhor da casa é quem manda. A protagonista, que é filha dele, não medirá esforços para provar que sua condição de mulher nada impede de ser o que quiser. Julgo um livro bastante pertinente para este momento em que tanto se fala em feminismo.

# 7º lugar Um Sopro de Esperança (Rogério Andrade Barbosa)
Outro livro que, por ser antigo, não deixa de ser atual. Conta a história de uma adolescente que é sequestrada e levada a uma casa de prostituição. O pistoleiro maior da casa se apaixona por ela e a toma por amante, não permitindo que ela seja alvo dos clientes da casa. O irmão da garota, contudo, persiste em sua busca, o que o levará a uma jornada emocionante. Este livro parecia tão real, que julgava ver as cenas nitidamente. O leitor acompanha atento cada acontecimento, torcendo pelos personagens do início ao fim. Livro sensacional! Tão curtinho; você o lê de uma vez só, que parece até um filme, e dos bons!

# 6º lugar Sardenta (Mirna Pinsky)
Já era universitário quando li este livro, escrito com tanta maturidade, que nem parece livro juvenil. O enredo é sobre uma garota judia que se apaixona por um moço que não pertence à religião judaica. A oposição da família é um iminente obstáculo, mas o amor dos dois prevalece. Aparentemente, uma história comum, mas a maneira como sua autora a conduz, o manejo que faz do tempo, os artifícios empregados, as mensagens ocultas nas entrelinhas, as surpresas ao final do livro, fazem deste um dos melhores infantojuvenis que já li.

# 5º lugar A Magia da Árvore Luminosa (Rosana Bond)
Eis uma das leituras fantasiosas mais divertidas que já fiz. O colorido desta história era tão vivaz, que me sentia na Ilha da Luna mesmo. Os membros da Turma da Bernunça foram amigos de infância. Como eu desejava brincar na praia com eles! E quando arriscam penetrar na ilha misteriosa... E os espíritos da floresta... e... e... Tô parecendo criança agora! Ainda posso sentir a empolgação daqueles tempos. Cheguei a escrever minha própria versão desta história, tanto que eu gostava dela. Tenho certeza de que nunca me esquecerei deste livro, uma das mais belas páginas da minha infância. Obrigado, Rosana Bond, por ter escrito este livro!

# 4º lugar Juntos para Sempre [Together Forever] (Cameron Dokey)
Sabe aquele livro perfeitinho para adolescentes? Assim é este livro. Natalie e Dean formam aquele casal fofíssimo que contracena um romance daqueles que fazem a gente se apaixonar. Sim, esse é pra você que gosta de livros bem apaixonados e sem vulgaridades. Emprestei tanto este livro, que deram fim nele! Conta a história de Natalie, uma maníaca por horóscopo que depois de encontrar Dean, o cara perfeito, descobre que ele é do signo errado. Parece uma besteira, mas é tão deliciosamente narrado em 1ª pessoa, ora por Natalie, ora por Dean, que logo conquista o leitor. Talvez se o relesse hoje, nem aplaudisse tanto, mas fui muito feliz por tê-lo lido na época mais indicada. E aquela cena em que eles assam biscoitos juntos... Tá bom! Parei.

# 3º lugar Sozinha no Mundo (Marcos Rey)
Isento-me de falar de Marcos Rey, mediante sua respeitada imagem de autor infantojuvenil. Sozinha no Mundo foi tudo que li dele, mas duvido muito que tenha escrito outro livro melhor. Pimpa é aquela garota heroína que você quer ajudar o tempo todo enquanto lê este livro, livrando-a daquela desalmada assistente social. Uma história super bem contada, que diverte, que emociona, que empolga de tal maneira, que traz brilho aos olhos do leitor.

# 2º lugar A Hora da Verdade (Pedro Bandeira)
Pedro Bandeira é, sem sombra de dúvida, meu autor infantojuvenil favorito. Já revelei que A Hora da Verdade me tornou um leitor. Li tantas vezes que ainda me recordo com detalhes dos ciúmes de Iara, do despeito de Roberta, da ingenuidade de Miltão, da apaixonada e iludida Adele, do romantismo de Desmond, das partidas de vôlei, das influências machadianas e shakespearianas, de tudo enfim. Que livro! Nesta mesma posição, poderia pôr A Marca de uma Lágrima, A Droga da Obediência, Descanse em Paz, meu Amor, e imagino que muitos outros. Pedro Bandeira é o kara!

# 1º lugar O Pequeno Príncipe [Le Petit Prince] (Antoine de Saint-Exupéry)
A universalidade deste livro já lhe garante o 1º lugar. A obra de Exupéry é muito mais que um livro infantil. Li há pouquíssimo tempo pela primeira vez, lamentando não tê-lo feito antes. É uma obra-prima que te faz pensar em tanta coisa séria com uma delicadeza sutil e inteligente ao mesmo tempo que obscura, que nem uma criança amedrontada por algo terrível que presenciou. Incluí-o entre os dez melhores do ano passado e, hoje, penso que o incluiria entre os dez melhores da vida. Não exagero quando digo que o mundo precisa ler mais este livro.

Daniel Coutinho

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