segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Mais Livros! - SET/2016



Se mês passado tivemos o mês das sagas, setembro foi o mês da literatura popular rsrsrs Coincidentemente, quase todos os livros adquiridos este mês são obras que foram criadas visando atingir o grande público ou pelo menos atingiram o mesmo fim, mas sem tal intenção. Há leitores que têm preconceito com obras massificadas, como eles mesmos as classificam. E eu também acabo me incluindo entre esses leitores, mas não radicalmente. Se um livro “modinha” chama minha atenção ou desperta o meu interesse, não tenho problema nenhum para lê-lo. O problema maior é que dificilmente isso acontece rsrsrs, e quando acontece não costuma ser com autores contemporâneos.

Mas passemos às aquisições! Não é segredo pra ninguém minha estima pela cultura do folhetim. Tenho romances de grandes folhetinistas como Eugène Sue, Xavier de Montépin, Ponson du Terrail e muitos outros. Mas sentia falta de um não menos importante: Enrique Pérez Escrich. Na verdade, já tinha um livro dele, O Mártir do Gólgota, mas não tenho interesse em conhecer a vida de Cristo num romance de folhetim. Para isso, já tenho a Bíblia. Queria um romance com argumento original. Por isso, escolhi Casamentos do Diabo, que é um dos mais famosos. Esse título é bem folhetinesco mesmo rsrsrs.

Saindo da Espanha, passando para Cuba, morria de vontade de ter a obra-prima do novelista Felix Caignet, O Direito de Nascer, que foi sucesso no mundo todo através do rádio e, posteriormente, na televisão. Minha edição é artesanal. Como a obra, até onde sei, só foi publicada uma única vez no Brasil, de forma seriada, na Revista Rádio-Teatro, nos anos 50, o jeito foi adquirir esses quatro volumes que enfeixam os 40 números da mencionada revista. A obra tem aproximadamente 2500 páginas, e é possível encontrá-la nos sebos ou pela internet (no mesmo formato da minha). Para falar a verdade, nunca assisti a nenhuma versão, nem aquela do SBT. Só lembro que falavam muito num D. Rafael, que era um homem bastante áspero. Adquiri mais a título de curiosidade mesmo, e meio que movido por uma necessidade de passar por uma experiência pela qual com certeza eu teria passado se tivesse vivido naquele tempo. Também acho esquisita essa minha paixão pelos costumes de passados longínquos, mas cada um com sua loucura, certo?

De Cuba para Inglaterra, passemos a Charles Dickens. Precisava, necessitava mesmo, de uma edição de Oliver Twist. Optei por essa da editora Abril, que achei muito linda. Adoro essas edições antigas da Abril/Círculo do Livro/Nova Cultural. Adquiri também o livro que deu origem ao filme mais reprisado da história da Sessão da Tarde rsrsrs. Estou falando de A Lagoa Azul, de Henry De Vere Stacpoole. Sou apaixonado por aquele filme e também pela sequência, De Volta à Lagoa Azul, que é baseado numa sequência do livro original. Descobri há pouco tempo que existia o livro e fiquei desesperado pra ter rsrsrs. Na verdade, Stacpoole publicou uma trilogia, mas infelizmente só encontrei o primeiro livro (em português). Melhor do que nada rsrsrs!

Chegando ao Brasil, temos o seguinte. Comprei uma raridade do Arthur Azevedo, a coletânea Contos Possíveis. Já tinha as obras teatrais dele; pretendo reunir agora sua prosa de ficção, a começar pelas mais inacessíveis. Não pretendia comprar as coletâneas de crônicas da Rachel de Queiroz (e ainda não pretendo), mas acabei levando A Casa do Morro Branco, por conter textos que mais parecem contos, embora a autora não os considerasse como tal. Estou querendo os livros infantis da Rachelzinha. Brevemente, vocês os verão por aqui!


Finalmente, para encerrar com chave de cacto, nada mais popular do que a literatura de cordel. Aprendi a gostar de cordéis por influência do meu pai, que recitava vários deles para mim, quando eu era criança. Adorava aquelas histórias acidentadas, cheias de fantasia e bom humor. Até que um dia tive a feliz lembrança de pesquisar sobre os folhetos que meu pai me contava, pois ele os tinha apenas na memória; nisso, soube da existência da editora Luzeiro, que edita livrinhos de cordéis e gibis. E não é que encontrei todos os que eu queria no catálogo deles? Aproveitei e acabei levando mais alguns, pela representatividade de seus autores para a história do cordel brasileiro. Abaixo, a lista dos 7 livrinhos:

> Rosinha e Sebastião (Manoel Pereira Sobrinho);
> A Vitória de Floriano e a Negra Feiticeira/O Feitiço por Cima do Feiticeiro (Manoel d’Almeida Filho);
> O Pavão Misterioso (José Camelo de Melo Resende);
> O Negrão do Paraná e o Seringueiro do Norte/O Encontro do Irmão do Negrão do Paraná com o Seringueiro do Norte (Francisco Sales de Arêda);
> A Chegada de Lampião no Inferno/A Grande Briga de Lampião com a Moça que Virou Cachorra/Peleja dum Cantador de Coco com o Diabo/O Prazer do Rico e o Sofrimento do Pobre (José Pacheco);
> Peleja de Manoel Riachão com o Diabo/Suspiro de um Sertanejo (Leandro Gomes de Barros);
> O Prisioneiro do Castelo da Rocha Negra (João Martins de Athayde).

O engraçado é que agora meu pai vive mexendo nas minhas estantes por causa desses cordéis. Só assim para fazê-lo ler rsrsrs.

Daniel Coutinho

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