quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

TOP 5 - MELHORES LEITURAS DE 2023!!!

Apesar de ter lido consideravelmente menos em 2023, não poderia deixar de destacar as leituras mais marcantes do ano passado. Infelizmente tive muitas decepções literárias ao longo de todo o ano. Orgulho e Preconceito deve ter sido a maior delas. O aclamado clássico de Jane Austen não me conquistou da forma esperada, e a impressão final foi a de um livro datado e superestimado. Um volume de contos de Rachel de Queiroz (uma de minhas prosadoras favoritas) foi possivelmente o livro que menos gostei da autora até agora. O Almirante, de Domingos Olímpio, um dos livros mais ansiados por mim, com seus altos e baixos acabou sendo um romance bastante mediano. E, finalmente, os livros de que não gostei, como Laranja Mecânica e Torto Arado, fizeram de 2023 um ano difícil para este leitor. Mas passemos finalmente aos alentos do ano, ou seja, àqueles livros que nos fazem lembrar por que somos leitores apaixonados.

 

# 5º lugar JANE EYRE, de Charlotte Brontë (3 estrelas)


Lamento que este livro tão importante para a literatura universal apareça aqui simplesmente como uma menção honrosa. Eu realmente esperava mais de Jane Eyre, e até previa gostar mais dele que d’O Morro dos Ventos Uivantes, o que não aconteceu. Tenho criado uma antipatia insuportável pelos “mocinhos” ingleses. Valancourt, Heathcliff, Mr. Darcy... Detesto todos eles. Quanto ao senhor Rochester, meus sentimentos foram um tanto contraditórios. Eu realmente penso que Jane merecia um homem melhor; mas, quando lembro de seu outro pretendente, aquele primo irritante que queria obrigá-la a ser missionária na Índia, acho Rochester formidável. No mais, o livro tem diversas passagens interessantíssimas, algumas até que me levaram às lágrimas. Eu simplesmente não conseguiria pensar nas leituras do ano passado sem lembrar de Jane Eyre.


# 4º lugar MAURÍCIO, de Bernardo Guimarães (4 estrelas)


Todos sabem que eu amo uma boa literatura de entretenimento, gênero este do qual Bernardo Guimarães é simplesmente um mestre. Suas histórias, para mim, nunca perdem o fascínio e o sabor característico das narrativas orais. Maurício, em análise literária, talvez seja seu romance menos polido, o que em nada compromete os atrativos de um enredo envolvente e que mantém o leitor cativo do início ao fim. Os capítulos que escreveu para O Bandido do Rio das Mortes (continuação de Maurício) são uma amostra comprobatória de uma grandiosidade que infelizmente não pôde ser concluída, e que só por isso não integrou esta seleção.

 

# 3º lugar O CAPOTE e outras histórias, de Nikolai Gógol (4 estrelas)


As narrativas curtas de Nikolai Gógol surgiram em meu caminho como uma luz no fim do túnel e, curiosamente, abriram uma sequência de ótimas leituras. “O capote” e “O nariz” são textos tão inovadores para a época em que foram publicados, que não há como não ficar surpreso com a genialidade de Gógol. Embora o “fantástico” não seja o gênero da minha preferência, o estilo criativo e bem-humorado do autor russo me conquistou definitivamente. Maior surpresa do ano, sem dúvida!


# 2º lugar A PRINCESINHA, de Frances Hodgson Burnett (5 estrelas)


Sim, eu ainda avalio livros com 5 estrelas rs! E, para comoção geral, ano passado isto aconteceu duas vezes seguidas! Eu mesmo ainda nem acredito rs. A Princesinha é o segundo livro que leio de Frances Burnett. O Jardim Secreto, também avaliado com 5 estrelas, foi a melhor leitura de 2020 e, desde então, os livros de Frances estiveram no meu radar, embora não tenha muitos títulos dela. A Princesinha me fez questionar se gostei mais dela que do Jardim, e até agora não cheguei a uma conclusão. Acho ambos os livros incríveis, belíssimos e transformadores. Eu, particularmente, acho uma tarefa dificílima escrever um livro infantil que agrade (de verdade!) também ao adulto; e Frances faz isso com maestria. Sua escrita exerce um fascínio instantâneo sobre o leitor. Pessoas que abandonam seus livros precisam ser estudadas.

 

# 1º lugar A VIÚVA SIMÕES, de Júlia Lopes de Almeida (5 estrelas)


Que saudade que senti de minha querida D. Júlia! Em 2022, por conta do projeto pessoal com a “Coleção Saraiva”, não pude ler um novo título da autora. Mas ano passado nos reencontramos e selamos de vez nosso caso de amor. Júlia Lopes de Almeida tornou-se oficialmente, até o presente momento rs, minha escritora preferida. Quando iniciei A Viúva Simões, embora estivesse gostando bastante, não imaginava a excelência que o livro alcançaria até o capítulo final. É emocionante o sentimento de grandeza que uma obra de arte pode proporcionar: quando a contemplação se apresenta como um privilégio. É assim que me sinto quando leio D. Júlia: um privilegiado.


Daniel Coutinho

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