Apaixonado
que sou pelos clássicos infantis, decidi finalmente me aventurar pel’A Teia de Charlotte (1952), do
norte-americano E. B. White. E, como já era de se esperar, fiquei bastante
encantado com esta leitura.
Acreditem se
quiser: apesar da fama universal desta história (amplamente difundida em
diversas adaptações), eu não fazia ideia do que se tratava, o que colaborou
para que o livro fosse uma bela surpresa. Mas o que novamente me chamou atenção
foi que o tema da morte é mais uma vez explorado, tal como em outros clássicos
do gênero, como O Pequeno Príncipe, O Menino do Dedo Verde, Marcelino Pão e Vinho, dentre outros.
Wilbur é um
filhote de porco que deveria ter sido sacrificado por nascer “pequeno e
fraquinho”, mas a pequena Fern impede que seu pai se desfaça do pobre animal. A
garotinha logo assume a responsabilidade de cuidar e alimentar o filhote, mas, depois
de algumas semanas, o mesmo é vendido para Homero Zuckerman, tio de Fern.
Em sua nova
casa, Wilbur goza da companhia de vários animais, além de receber periódicas
visitas de sua protetora; contudo, lamenta não ter um amigo mais próximo, o que
logo será satisfeito quando ele conhece a aranha Charlotte, que morava numa
bela teia no alto do estábulo.
Charlotte
torna-se a melhor amiga de Wilbur, o que o deixa muito feliz, mas, ao saber que
seus novos donos pretendem transformá-lo em toucinho e presunto defumado no
próximo Natal, desespera-se terrivelmente. No entanto, a sábia aranha não
medirá esforços para salvar a pele daquele novo amigo, dando-lhe dessa forma
uma verdadeira prova de amizade.
Acessível
para leitores de todas as idades, A Teia
de Charlotte conquista-nos um pouco mais a cada um de seus pequenos
capítulos. A fluidez do texto, aliada às belíssimas ilustrações de Garth
Williams, torna a experiência ainda mais dinâmica e interessante, de maneira
que encerramos a leitura sem nem nos darmos conta.
Só não dei
nota máxima ao livro de E. B. White por pequenos detalhes, sendo o mais grave
deles provavelmente a ajuda do rato Templeton na execução do plano de
Charlotte. Pareceu-me incoerente que uma aranha tão instruída, leitora e
conhecedora do significado de diversos termos, precisasse de sugestões
aleatórias de palavras provindas dos recortes que lhe trazia o astuto roedor.
Em
contrapartida, as qualidades encontradas n’A
Teia de Charlotte tornam a experiência de leitura bastante compensadora. Os
personagens são muito carismáticos, principalmente os próprios animais: os
gansos com suas falas ecoadas, a ovelha com seus sábios conselhos e até mesmo o
glutão do Templeton, que detestava fazer as vezes de garoto de recados.
Mas o que
prevalece mesmo no livro, tornando-o encantador, é sem dúvida sua mensagem de
amizade, resistente e bela como a seda da teia de uma aranha. Não é sempre que encontramos
uma narrativa assim, amiga e bem escrita. A
Teia de Charlotte sabe ser as duas coisas.
Avaliação: ★★★★
Daniel Coutinho
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Nossa! Eu assisti a um desenho animado desse livro quando era criança, não sabia que havia um livro. Também gosto de histórias assim, e sua resenha me fez lembrar Zezinho, o dono da porquinha Preta, da série Vagalume.
ResponderExcluirDepois que li o livro que vi algumas adaptações hehe. É mesmo uma gracinha essa história! E olha só! Você também leu Zezinho, o Dono da Porquinha Preta hehe. Eu guardo com carinho vários livros da série Vaga-Lume aqui em casa. Ainda nem li todos. Um dos meus preferidos é O Caso da Borboleta Atíria. Abraço!
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