Desde que o
mundo é mundo, o amor é o tema preferido da humanidade que, incansavelmente, o
procura na música, na literatura, no cinema e em todo o resto. Todo mundo
aprecia uma boa história de amor, ainda que alguns não admitam. Mas até hoje,
em pleno século XXI, depois de uma infinidade de histórias de amor já compostas,
uma se sobressai em fama e popularidade, resistindo de maneira assombrosa mais
de quatro séculos. Há vivalma que não conheça Romeu e Julieta?
Acredita-se
que a mais amada das peças de Shakespeare surgiu nos palcos em 1597, mesmo ano
do aparecimento de sua primeira versão impressa. Romeu e Julieta marca ainda meu primeiro contato com o bardo inglês,
experiência esta já mencionada por aqui (Cf. resenha de Hamlet).
Tal como se
deu com minhas últimas releituras shakespearianas, o ar de novidade prevaleceu,
como se estivesse lendo o texto pela primeira vez. Muito disso se deve às
primorosas traduções de Barbara Heliodora que têm o mérito de trazer a nós,
leitores de língua lusa, quase que o sabor do original. Salvo os incômodos da
desconfortável edição do teatro completo pela Nova Aguilar, a experiência de
(re)descobrir o dramaturgo elisabetano tem sido formidável.
Sempre que
pego uma peça de Shakespeare, demoro um pouco até me habituar ao seu estilo
clássico, mas, depois de travar conhecimento com os principais personagens em
cena, a leitura consegue fluir mais naturalmente. No entanto, não consigo
evitar certa comoção por estar diante de obra tão magistral.
Das peças
que já li do autor de Macbeth,
considero Romeu e Julieta a de mais
fácil compreensão. É muito provável que o fato do enredo da peça ser amplamente
difundido no mundo todo facilite a absorção do texto, mas, se lembrarmos dos
solilóquios prolongados de Hamlet ou das intrigas engendradas por Iago, temos
em Romeu um tipo muito simples de digerir.
Há uma
doçura quase exagerada para uma tragédia nas páginas de Romeu e Julieta, além de rasgos de romantismo que clamam por marcação.
Enquanto lia trechos desta qualidade, vislumbrava epígrafes perfeitas para
possíveis obras futuras deste que vos escreve.
Não vou
contar aqui a história que todo mundo já sabe do triste casal cujo amor
encontra obstáculo nas diferenças entre suas famílias. Queria mesmo era dividir
com vocês uma impressão muito feliz que tive desta última leitura: a de que Romeu e Julieta representa muito mais “amor”
que “dor”, pois sua história é símbolo eterno das paixões humanas.
De fato, se
aludido o célebre casal de Verona, antes de pensarmos no triste destino que se
lê no último ato, lembraremos de dois seres apaixonados cuja história de amor
ainda não se esgotou.
Avaliação: ★★★★★
Daniel Coutinho
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