Se mês passado tivemos o mês das sagas,
setembro foi o mês da literatura popular rsrsrs Coincidentemente, quase todos
os livros adquiridos este mês são obras que foram criadas visando atingir o
grande público ou pelo menos atingiram o mesmo fim, mas sem tal intenção. Há
leitores que têm preconceito com obras massificadas, como eles mesmos as
classificam. E eu também acabo me incluindo entre esses leitores, mas não
radicalmente. Se um livro “modinha” chama minha atenção ou desperta o meu
interesse, não tenho problema nenhum para lê-lo. O problema maior é que
dificilmente isso acontece rsrsrs, e quando acontece não costuma ser com
autores contemporâneos.
Mas passemos às aquisições! Não é
segredo pra ninguém minha estima pela cultura do folhetim. Tenho romances de
grandes folhetinistas como Eugène Sue, Xavier de Montépin, Ponson du Terrail e
muitos outros. Mas sentia falta de um não menos importante: Enrique Pérez
Escrich. Na verdade, já tinha um livro dele, O Mártir do Gólgota, mas não tenho interesse em conhecer a vida de
Cristo num romance de folhetim. Para isso, já tenho a Bíblia. Queria um romance com argumento original. Por isso, escolhi
Casamentos do Diabo, que é um dos
mais famosos. Esse título é bem folhetinesco mesmo rsrsrs.
Saindo da Espanha, passando para Cuba,
morria de vontade de ter a obra-prima do novelista Felix Caignet, O Direito de Nascer, que foi sucesso no
mundo todo através do rádio e, posteriormente, na televisão. Minha edição é
artesanal. Como a obra, até onde sei, só foi publicada uma única vez no Brasil,
de forma seriada, na Revista Rádio-Teatro, nos anos 50, o jeito foi adquirir
esses quatro volumes que enfeixam os 40 números da mencionada revista. A obra
tem aproximadamente 2500 páginas, e é possível encontrá-la nos sebos ou pela
internet (no mesmo formato da minha). Para falar a verdade, nunca assisti a
nenhuma versão, nem aquela do SBT. Só lembro que falavam muito num D. Rafael,
que era um homem bastante áspero. Adquiri mais a título de curiosidade mesmo, e
meio que movido por uma necessidade de passar por uma experiência pela qual com
certeza eu teria passado se tivesse vivido naquele tempo. Também acho esquisita
essa minha paixão pelos costumes de passados longínquos, mas cada um com sua
loucura, certo?
De Cuba para Inglaterra, passemos a
Charles Dickens. Precisava, necessitava mesmo, de uma edição de Oliver Twist. Optei por essa da editora
Abril, que achei muito linda. Adoro essas edições antigas da Abril/Círculo do
Livro/Nova Cultural. Adquiri também o livro que deu origem ao filme mais
reprisado da história da Sessão da Tarde rsrsrs. Estou falando de A Lagoa Azul, de Henry De Vere Stacpoole.
Sou apaixonado por aquele filme e também pela sequência, De Volta à Lagoa Azul, que é baseado numa sequência do livro
original. Descobri há pouco tempo que existia o livro e fiquei desesperado pra
ter rsrsrs. Na verdade, Stacpoole publicou uma trilogia, mas infelizmente só
encontrei o primeiro livro (em português). Melhor do que nada rsrsrs!
Chegando ao Brasil, temos o seguinte.
Comprei uma raridade do Arthur Azevedo, a coletânea Contos Possíveis. Já tinha as obras teatrais dele; pretendo reunir
agora sua prosa de ficção, a começar pelas mais inacessíveis. Não pretendia
comprar as coletâneas de crônicas da Rachel de Queiroz (e ainda não pretendo),
mas acabei levando A Casa do Morro Branco,
por conter textos que mais parecem contos, embora a autora não os considerasse
como tal. Estou querendo os livros infantis da Rachelzinha. Brevemente, vocês
os verão por aqui!
Finalmente, para encerrar com chave de
cacto, nada mais popular do que a literatura de cordel. Aprendi a gostar de
cordéis por influência do meu pai, que recitava vários deles para mim, quando
eu era criança. Adorava aquelas histórias acidentadas, cheias de fantasia e bom
humor. Até que um dia tive a feliz lembrança de pesquisar sobre os folhetos que
meu pai me contava, pois ele os tinha apenas na memória; nisso, soube da
existência da editora Luzeiro, que edita livrinhos de cordéis e gibis. E não é
que encontrei todos os que eu queria no catálogo deles? Aproveitei e acabei
levando mais alguns, pela representatividade de seus autores para a história do
cordel brasileiro. Abaixo, a lista dos 7 livrinhos:
>
Rosinha e Sebastião (Manoel Pereira
Sobrinho);
>
A Vitória de Floriano e a Negra
Feiticeira/O Feitiço por Cima do
Feiticeiro (Manoel d’Almeida Filho);
>
O Pavão Misterioso (José Camelo de
Melo Resende);
>
O Negrão do Paraná e o Seringueiro do
Norte/O Encontro do Irmão do Negrão
do Paraná com o Seringueiro do Norte (Francisco Sales de Arêda);
>
A Chegada de Lampião no Inferno/A Grande Briga de Lampião com a Moça que
Virou Cachorra/Peleja dum Cantador de
Coco com o Diabo/O Prazer do Rico e o
Sofrimento do Pobre (José Pacheco);
>
Peleja de Manoel Riachão com o Diabo/Suspiro de um Sertanejo (Leandro Gomes
de Barros);
>
O Prisioneiro do Castelo da Rocha Negra
(João Martins de Athayde).
O engraçado é que agora meu pai vive
mexendo nas minhas estantes por causa desses cordéis. Só assim para fazê-lo ler
rsrsrs.
Daniel Coutinho
***
SKOOB:
http://www.skoob.com.br/usuario/1348798
Escreva para o blog: autordanielcoutinho@gmail.com
Escreva para o blog: autordanielcoutinho@gmail.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir