Depois que a editora Pedrazul lançou
aquela belíssima edição d’A Intrusa,
de Júlia Lopes de Almeida, comecei a pesquisar mais sobre a autora e, em
consequência disso, fiquei animado a adquirir suas outras obras. Não sabia que
tinha publicado tantos romances. Na verdade, sua obra, que é muito vasta,
compreende muitos outros gêneros. Concentrei-me em reunir sua prosa de ficção,
que é o que sempre me interessa em qualquer autor. Mas a verdade é que seria
praticamente impossível obter os romances da dona Júlia, não fossem os
louváveis esforços da editora Mulheres.
A editora Mulheres, de Santa Catarina,
foi fundada em meados dos anos 90 por três professoras aposentadas da UFSC. A
proposta da editora era relançar obras esgotadas de escritoras brasileiras clássicas,
como Úrsula, de Maria Firmina dos
Reis. Foi através dessa obra que conheci a editora Mulheres, mas só há pouco
tempo descobri que eles haviam relançado quase todos os romances de Júlia Lopes
de Almeida, alguns deles já esgotados. Após a morte de Zahidé Lupinacci Muzart,
que era a principal responsável pela editora, as publicações foram
interrompidas, mas, atualmente, é possível adquirir os títulos do catálogo
através do e-mail “gerusabondan@gmail.com”. Assim, outubro foi quase que
totalmente dedicado à autora de A
Falência.
Direto com a editora, adquiri os
romances: A Família Medeiros; A Viúva Simões; Pássaro Tonto; e O Funil do
Diabo, que era inédito em livro. Deles também adquiri a coletânea de contos
Ânsia Eterna, que contém o famoso
conto “A caolha”. As obras esgotadas, tive que adquirir por outras fontes. Memórias de Marta, achei na Livraria
Cultura; A Silveirinha, encontrei na
Estante Virtual. Não consegui a edição deles de A Falência; por isso, acabei comprando uma edição de 1978. A
editora Mulheres ainda possui em catálogo Cruel
Amor e Correio da Roça, que é
romance epistolar. O primeiro eu já tinha na minha “Coleção Saraiva”; o outro,
acabei comprando antes, no começo do mês, numa edição de 1987.
A editora Mulheres ainda me mandou uma
cortesia: Os Papéis do Coronel, único
romance publicado pelo brasileiro Harry Laus. A edição é bilíngue
(português/francês), pois o livro parece ter sido publicado primeiro na França.
Adorei o presente!
Passando às outras aquisições, acabei
aproveitando a dica de um leitor aqui do blog (Hélio Leite) que me informou sobre
uma edição ampliada dos Cordéis de Patativa
do Assaré, lançada pela UFC em 2012. A nova edição, que não poderia deixar de
adquirir, possui 5 outros folhetos, os quais pretendo ler assim que possa, para
fazer uma postagem complementar à que já fiz. Será uma dessas postagens
extraordinárias que aparecem a qualquer momento, ok?
Outra grande aquisição foi a Obra Completa de Cruz e Sousa (José
Aguilar, 1961). Mesmo não sendo muito afeito à poesia, tenho interesse em
conhecer nossos poetas mais clássicos. Dessa forma, vez por outra, incluirei
algo do tipo nas compras do mês, pois minha estante de poesia é bastante
escassa rsrsrs. Finalmente, obtive as obras de um autor que fazia falta na
minha estante: França Júnior, contemporâneo de vários escritores queridos.
Consegui boa parte de sua produção enquanto dramaturgo na edição Teatro de França Júnior, que o MEC
lançou em 2 volumes, em 1980. Essa edição pertence à coleção “Clássicos do
Teatro Brasileiro”, da qual já tenho o teatro de Joaquim Manuel de Macedo,
Arthur Azevedo e Qorpo Santo.
Interessei-me por adquirir os Folhetins que França Júnior publicou na
“Gazeta de Notícias”, e que foram reunidos pelo editor Jacintho Ribeiro nos
Santos num volume publicado em 1915. Mas fiquei encantado mesmo foi com a
surpresa que tive. Minha edição trouxe dois recortes do jornal “A Gazeta”, dos
anos 50, com artigos de Brito Broca, comentando justamente os Folhetins de França Júnior. Fiquei
pensando: quem teria posto os recortes lá? Certamente algum estudioso da
Literatura. O próprio Brito Broca? Viajei agora, né rsrsrs? Infelizmente, o
livro não traz assinatura do antigo dono. E dificilmente vocês me verão repetir
isso rsrsrs. Quem quer que tenha sido, achei genial! O segundo artigo traz até
algumas considerações sobre leituras. Brito Broca cita Rosa, de Joaquim Manuel de Macedo; Sonhos d’Ouro, de José de Alencar; e O Garimpeiro, de Bernardo Guimarães. Meus três autores românticos
favoritos... Parece coisa do destino mesmo rsrsrs.
Daniel Coutinho
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