O nome
Voltaire por si só já diz muito. A fama alcançada pelo filósofo francês
repercute com grandeza até os dias de hoje. Cândido
ou O Otimismo é o ponto máximo de sua ficção, mas, para meu primeiro
contato com o autor, optei por Zadig ou O
Destino (1747), onde nasce o conto filosófico voltairiano.
Após a
leitura do Zadig, não posso pensar
senão que Voltaire foi um gênio formidável. Que ideias bem traçadas e que
beleza de escrita! A narrativa se mantém interessante quase que em sua
totalidade, impondo-se como indiscutível modelo clássico que é.
Zadig é um
jovem belo e inteligente que vive em Babilônia. Mesmo possuindo as mais
elevadas qualidades físicas e morais, o destino lhe reserva grandes
infortúnios. É essa vida cheia de altos e baixos que deparamos nesta novela
episódica de Voltaire.
Os capítulos
de Zadig apresentam, de modo geral,
situações embaraçosas que levam o herói (como também o leitor) a refletir sobre
as injustiças terrenas. Os maus sentimentos que prevalecem na raça humana
distorcem as boas ações praticadas por Zadig que, ao invés de premiado, acaba
padecendo dissabores em diversas ocasiões.
Em
determinado momento, contudo, Zadig passa por uma experiência sobrenatural que
pretende explicar-lhe os “caprichos do destino”. É seguramente a passagem mais
catártica da história, independente da crença do leitor. Esse episódio
consolador reanima o herói a seguir com seu propósito em busca da felicidade.
Zadig é um texto
impressionante por vários motivos. O único fator que me incomodou na leitura
foi a quantidade de substância compactada em pequeno número de páginas. O ritmo
frenético dos capítulos curtos exige algumas pausas para que se possa digerir
tanta matéria interessante. A novela, embora de leitura rápida, reverbera
impressões que muitos romances longos não logram alcançar.
Avaliação: ★★★★
Daniel Coutinho
***
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